A diversidade de gênero não é apenas uma questão de justiça social, mas também de eficiência política e democracia. É uma luta contra costumes que perpetuam desigualdades históricas e sociais.
Dados da Confederação Nacional dos Municípios, com base em informações do Tribunal Superior Eleitoral, mostram que as candidaturas femininas para prefeituras correspondem a 15% do total de concorrentes ao cargo. De forma inédita, em 101 cidades, a disputa contará apenas com candidatas do sexo feminino; em 24 dessas, a única candidatura é feminina.
Em outubro, cerca de 156 milhões de pessoas irão às urnas para eleger prefeitos e vereadores em 5.569 municípios do país. As eleições municipais são um momento crucial para o aumento da representatividade e a formação de novas lideranças políticas.
Iniciativas como cotas eleitorais e programas de capacitação para mulheres são essenciais para aumentar a representação feminina. O financiamento de campanhas para mulheres também é uma estratégia fundamental, visto que a falta de recursos financeiros é uma das maiores barreiras que elas enfrentam para concorrer.
“A falta de mulheres nas mesas de decisão significa que suas necessidades e prioridades nunca estarão na agenda”, afirma Maura Bueno, coordenadora nacional de Comunicação do Solidariedade e Solidariedade Mulher, e ativista dos direitos das mulheres.
A representação feminina nas eleições municipais não é apenas desejável, mas necessária. Os benefícios diretos da inclusão feminina na política tornam o papel das mulheres cada vez mais claro e essencial. O futuro das cidades e a eficácia das políticas públicas dependem da diversidade e da equidade na liderança. Por isso, é tão importante votar nas mulheres e dar voz e espaço a elas em nossa sociedade.
A decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que estabeleceu que 30% dos recursos do fundo partidário devem ser destinados às mulheres, teve um impacto positivo nas eleições. Embora as cotas tenham incentivado mais candidaturas femininas, levaram 20 anos para alcançarmos esses 30%. Os partidos tratam a lei como um máximo, mas deveria ser considerado um mínimo: a partir de 30%, devemos buscar a paridade de gênero.
O Solidariedade chega às eleições de 2024 com um total de 14.478 candidatos. Desses, 34% são mulheres, com Minas Gerais sendo o estado com a maior participação feminina, somando 1.022 candidatas.
“Através dos nossos cursos de formação, preparamos mulheres para a política. Somos o partido que mais investe no aumento da representação feminina nos parlamentos e no executivo. Acreditamos que, com elas no poder, teremos legislações mais respeitosas às demandas das mulheres, refletindo uma maior diversidade de experiências e perspectivas. Isso se traduz em políticas que abrangem desde saúde pública até educação, além de iniciativas de segurança e direitos sociais”, conclui Samanta Costa, presidente da Fundação 1º de Maio.